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Influência do molibdênio na produtividade da soja

Por Milton Akio Ide, Fabiano Andrei Bender da Cruz, Mônica Cagnin Martins, Sarah Jane Alexandre Medeiros, Angela Valentini Gorgen

O molibdênio (Mo) é um micronutriente importante para a cultura da soja, pois além de estar envolvido em diversos processos bioquímicos na planta, é fundamental para a fixação biológica de nitrogênio por bactérias colonizadoras de nódulos radiculares. Neste caso, o Mo integra o complexo enzimático da nitrogenase, atuando na transferência de elétrons necessária para converter o nitrogênio atmosférico (N₂) em amônia (NH₃).

Em concentrações baixas de Mo, haverá um acúmulo de N-nitrato na planta. Isso porque o nitrato não tem como ser processado sem a presença de molibdênio. O efeito disso é negativo: o ácido ascórbico deixa de ser produzido, reduzindo respiração e fotossínteses, as folhas ficam amareladas, com menor desenvolvimento e reduz, consequentemente, a produtividade.
No solo, as plantas conseguem absorver o Mo na forma do ânion molibdato (MoO₄^2-), que pode ser adsorvido pelas argilas, carbonatos, compostos orgânicos e óxidos de ferro e alumínio. Essa afinidade pode ser um empecilho para o aproveitamento desse elemento em aplicações via solo ou incorporado às sementes. Outro fator que limita absorção de Mo nas raízes é o uso de fertilizantes sulfatados, como superfosfato simples, triplo e sulfato de amônio, pois os ânions MoO₄^2- e o sulfato (SO₄^2-) competem pelos mesmos sítios de absorção nas raízes. Portanto, a aplicação foliar se torna mais vantajosa, tendo em vista que o Mo pode ser translocado para os nódulos e grãos, especialmente quando aplicado em estádios mais tardios (a partir de R3), promovendo um incremento nos teores de Mo nos grãos (MORAE et al., 2008).

Em busca de observar o efeito da aplicação do molibdênio na cultura da soja, foram realizados dois ensaios na Ide Consultoria, Faz. Warpol, São Desidério – BA, nos quais foram testados quatro níveis de doses de “Gran7 Mo 15%” nas cultivares M 8349 IPRO e BRASMAX ATAQUE I2X nos estádios vegetativo e reprodutivo como descrito no quadro abaixo:

Os resultados mostraram que seis aplicações na dose de 0,08 L ha^-1 totalizando 101 g ha^-1 de Mo resultou no incremento significativo em relação a testemunha para as duas cultivares (figura 1), as doses de 126 e 189 g ha^-1 não diferiram em relação a dose de 101 gramas na M 8349 IPRO, e a dose ótima na cultivar BRAXMAX ATAQUE I2X foi de 189 g ha^-1. Com esse resultado foi observado que a estratégia de aplicação foliar de molibdênio influencia positivamente na produtividade da soja e pode ser variável de acordo com a cultivar.

_REFERÊNCIAS
_{MORAES, L. M. F.; LANA, R. M. Q.; MENDES, C.; MENDES, E.; MONTEIRO, A.; ALVES, J. F. Redistribuição de molibdênio aplicado via foliar em diferentes épocas na cultura da soja. Ciência Agrotecnologia. v. 32, n. 5, p. 1496-1502, 2008.}
_{ALVES, S.R.V., BERTI, M.P.S. Molibdênio no metabolismo e dinâmica vegetal: uma revisão. Revista Agrotecnologia, Ipameri, v.13, n.1, p.50-63, 2022.}

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